quinta-feira, 12 de março de 2009

Se me trazes girassóis...


Se me trazes girassóis,
se me lembras girassóis,
se os trazes no bolso em segredo...
Sem que se saiba...
Oferece-me girassóis,
traz um molhinho, pequeno, desarranjado,
ou traz só um.
Oferece-me um girassol!
Um que seja, para enfeitar a parede da casa onde não vens,
para calar o silêncio que me ensurdece...

Traz uma folha,
uma pétala,
mesmo no bolso...
Já murcha, seca.

Traz e deixa-a na minha mão,
como um dia te deixei os olhos, a boca, a alma
e mais qualquer coisa que não sei precisar,
mas de que preciso agora, para seguir...
(Ana Ademar)

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