segunda-feira, 16 de março de 2009


Saudade do teu corpo
macio
enroscado em meus braços
saudade de você
que me pertence
saudade do que nós somos
juntos
em paz perfeita
inteiros finalmente.

Giuliana Giudici.(Amor e perda, 1994)
A minha salvadora italiana do Guarujá...

....Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim?
eu te quero a todo instante,
nem mil auto falantes vão poder falar por mim...
Tou louca pra te ver chegar...
tou louca pra te ter nas mãos...
Deitar no teu abraço,
retomar o pedaço
que falta no meu coração...
Eu não existo longe de você...
e a solidão é meu pior castigo...
Eu conto as horas pra poder te ver,
mas o relógio tá de mal comigo...

Música interpretada por Adriana Calcanhoto.
af.

Protegida pelo dragão...


Este fim de semana foi pra dizer o mínimo, inusitado.
Não sei se existe este ditado, mas se não existir, estou criando agora: Quando se está com um louco, de tudo pode se esperar um pouco.
Me deu na louca de aceitar o convite de meu amigo (pirex totalis.) Geraldo Anhaia, pra irmos pro Guarujá passar somente uma tarde, ele afinal morou por lá no prédio "Sobre as ondas" por anos. Inclusive sendo síndico por oito anos.
Ele havia me contado de tudo que havia feito por lá, etc. etc. Eu estava curiosa, e morrendo de saudades de Iemanjá mesmo, então lá fomos nós.
Chegando lá, toda uma euforia, ele me mostrou tudo que havia feito e me apresentou a algumas pessoas como filha dele inclusive (hahaha), pra que ninguém pensasse bobagens de nossa amizade... Foi então que ele me apresentou a um casal de italianos fantástico.
Giuliana Giudice e Franco.
Enfim, várias coisas não notáveis aconteceram até que caiu a noite e depois de jantarmos iríamos embora.
O que aconteceu, é que estava uma lua fantástica e eu realmente precisava "uivar" um pouco, e deixei minhas coisas no restaurante com esta pessoa que me acompanhava. Fui descalça e molhei os pezinhos, a barra da calça, enfim. Me joguei. Só que me perdi totalmente na referência do tal lugar. E ele foi embora, depois de me procurar pela praia. E lá vou eu descalça, para o "Sobre as ondas" me jogar sobre as ondas. kkkkkkk. Foi realmente hilário, por não ser totalmente trágico.
Mas o que valeu mesmo, em tudo isso, foi me perder, pra me encontrar.
Assim que cheguei ao prédio, a Giuli, pessoa ma-ra-vi-lho-sa que é, cuidou de mim de uma forma linda. Conversamos muito, e além de poetisa, é também velejadora e jornalista ótima. E, por um grande acaso do destino, o marido dela é vulcanólogo, e geólogo, dentre outras coisas... (uma das minhas grandes paixões na vida é vulcanologia, acreditem! Desde criança... Seu eu fosse italiana, seria com certeza vulcanóloga. Imaginem, perto do Etna e do Vesúvio....)
Depois de dormir, com uma puta dor no corpo de tanto ter ficado no mar no dia anterior, acordei naquele apartamento lindooo, com uma vista fantástica do mar e do belo sol que se fazia no domingo... E mesmo sem sapatos e sem bolsa, vi que a vida é perfeita...
Conversamos a tarde toda sobre amor (ai, amor... ando romanticíssima) e poesia, além de outras coisas femininas... Ela me deu um grande incentivo pra criar mais coragem e escrever mesmo, além de me dar dois de seus livros autografados. Imaginem, eu no estado em que estou, conhecer justo uma linda italiana, pra falar de amores e da vida, olhando para aquele mar espetacular, bebendo uma cervejinha, e depois ainda passei o resto da tarde tomando outra surra das ondas do Dragão. (Chamo assim, pois o desenho do contorno do Guarujá, é igual a um dragão mesmo)
Voltei de chinelos pra casa.
Mas amando a vida e suas surpresas mais do que nunca...

PS: O mais mágico de tudo: minha amiga Débora que mora na França, joga tarô, e o último que ela jogou pra mim, era um de dragões. E a carta que me representava era um dragão protegendo uma criança.... Dizendo pra que eu ficasse em harmonia.
Eu fui protegida pelo dragão como uma criança.
Que ele me proteja com suas asas e queime tudo de ruim em seu fogo...

Cala a boca, Bárbara!



Minha boca se cala
para que todo o resto do corpo
se manifeste.
Escrita, visão.
Absorver tudo,
relembrando o sentido de estar aqui,
através de todos os sentidos.
Depois perdê-los todos de novo,
só pra saber que estou viva.
E assim, perdendo e encontrando
vivo, e deixo de sobreviver somente.

Lilith Blue.