sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pílula de Caio Fernando Abreu do dia

"Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha."
Caio Fernando Abreu.

Eu que o diga. Eu sempre comparei amor com planta. Tem que regar, tem que cuidar.
Ou ACABA. Morre mesmo por falta de cuidado.
That's it.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Tre storie di gatti.



Desenho do Guido Crepax pra capa de disco infantil italiano. Super fofo.
Adoro o selo. (Baffo n 1) ksc.
Nem sei se já postei isso.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Amar pede uma postura ativa.

Somos co-autores (não vítimas) de tudo o que nos acontece. Nossas vidas são obras de arte coletivas: hipertextos, filmes, canções, telas, esculturas, fotografias de nós mesmos, por nós mesmos.
Mas se infelizmente seu medo superou seu amor, sua contração foi maior que sua abertura...
Você jamais saberá o que é envelhecer junto. Construir uma família de verdade. Relacionamento tem que ser baseado em PARCERIA. Não EXISTE relacionamento se não há troca. Se te largam na chapada. Quando nos contraímos, é extremamente difícil aproximar uma pessoa que seja uma parceira de verdade. Geralmente atraímos quem tem tanto medo quanto a gente... ou botamos pra correr de nossas vidas quem poderia ser legal.

Meu, se você não tem alguém do seu lado que te acompanhe, que te estimule a ir adiante, que te admire, que ria de todas as bobagens do mundo do seu lado...
ESQUEÇA. Essas são coisas que duram pra vida toda. O resto é o resto.
As pessoas amadurecem em "levels" diferentes.
Infelizmente... quando achamos que aquela pessoa que está do lado é a importante... ela simplesmente passa a sentir necessidades de outras coisas. Muda seus objetivos mais escondidos. E você fica deslocado neles. Meu, esquece.
É triste quando acontece, mas no fundo a gente sabe, por mais que esperemos dessa pessoa, que ela JAMAIS voltará a ser o que era antes. Não adianta esperar por ela, como se nada tivesse acontecido e tudo voltasse ao início.

O que você quer de alguém pra ficar ao seu lado?
O que você quer de você?
Quem vai criar seus filhos, se é que quer tê-los. Como?

Casal sem objetivos em comum vai a falência.
Não devemos nos fazer de tolos.
Tenha uma postura ativa diante de seus sonhos e desejos.
Eles vão corresponder.

Eu fiz um pedido no ano passado. Foi besta, mas o delivery foi tão rápido que não deu tempo de mudar o pedido. Estou acrescentando as coisas realmente importantes pra mim em alguém nesse instante. E mais importante do que alguém nesse momento, sou eu mesma. Ainda estou um trapo. Cansada pra caralho.
Estou pagando muito caro por coisas que não valeram a pena em absoluto, mas pelas quais eu tinha que passar.

B. F.

O que separa, nos une

Se quiser conversar, me liga. Se quiser me ver, me chama.
Não façamos do que aproxima, o que afasta.

Aninha de novo... Perfeito.

A passividade e falta de atitude, faz afastar coisas, situações e pessoas que deveriam estar por perto da gente. Que poderiam ser nosso apoio.

Um medo de se doar que Deus me livreee!

Rebeca

Eu tenho certeza.
A Rebeca de Cem anos de solidão É capricorniana.
Para comprovar isso por completo ela ainda come terra nos seus ataques de ansiedade, não suporta a passividade do Pietro Crespi e enlouquece com a masculinidade de José Arcadio...

I put spell on you!

Mais nocivo do que alguém que não quer você... é alguém no seu pé. TEM COISA PIOR?

Tem tanta gente que ganha dinheiro às custas da infelicidade alheia.
"seu ex em 72 horas por 100 reais", "seu amor de volta", af.

Eu jamais faria uma coisa dessas pois penso como disse acima. Eu vou lá fechar as portas pro destino? C besta, meu.

Certa altura você se apaixona por outro mais loiro, mais lindo, mais alto, mais "bem" e daí o sapo que era príncipe volta a ser só um sapinho fazendo "croac" o dia inteiro no seu ouvido sensível, na lagoa da SUA casa.
O que enjoa qualquer ser humano. blergh.
Detesto gente que pega no pé. Não gosto de flores comuns. Gosto de gente que me faz sonhar. Acordada ou dormindo. E também respeito por quem me apaixono, pois lutar por uma pessoa é uma coisa, grudar é outra, NINGUÉM merece.

Deixe estar... que o que for pra ser vigora.

Ganhar dinheiro às custas do stress, da insegurança, e da falta de amor. Ansiedade de soluções abstratas em cápsulas rotuladas com cores diferentes.
Não condeno a Igreja Universal. Eles "vendem" fé em cápsulas, a fazem pessoas pagarem por esperança. Mas tem gente que precisa disso pra encontrar o caminho, fazer o que? Outros precisam de terapia. Outros de livros...

Males do mundo moderno solucionados com métodos atemporais: magia, encantamento, banhos de ervas e uma boa conversa.

(sai ano, entra ano, morremos, temos filhos, envelhecemos, adoecemos, mas a busca sempre será a mesma. O que não controlamos em nossas vidas)
ksc.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Penélope, a depiladora.



Comecei zzuper bem meu ano, com um reveillon chique, comida ma-ra-vi-lho-sa, discreto e cheio de ótimas conversas... Uma puta ressaca e eu no computador atrás de receita de cera depilatória pois tenho histórias particularmente terríveis sobre tal assunto, e não confio em qualquer pessoa pra, enfim, esse tipo de função.
Aliás, uma delas eu gostaria de ter a coragem de escrever aqui no blog, mas é muita exposição da minha figura, num dá, meu.
Enfim, entrei num fórum com uma receita de melado com suco de saquinho e achei engraçado, fui ver como era. Eis que me deparo com a melhor resposta e ao invés de ME expor, decidi por expor a coitada da Abigail....ksc.:

DEPILANDO A PENÉLOPE...

"Tenta sim. Vai ficar lindo."

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve.

Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.

- Vai depilar o quê?

- Virilha.

- Normal ou cavada?

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.

Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me
esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.


- Querida, pode deitar.

Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca.
Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou
bem forte.

- Quer bem cavada?


- .é... é, isso.


Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.

- Ah, sim, claro.

Claro nada, não entendia por ra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei.

De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).

- Pode abrir as pernas.

- Assim?


- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.

- Arreganhada, né?

Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.

Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar.
Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Sandu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.

Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.

- Tudo ótimo. E você?

Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.

O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.

- Quer que tire dos lábios?

- Não, eu quero só virilha, bigode não.

- Não, querida, os lábios dela aqui ó.

Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia.
Mas topei. Quem está na maca tem que se fu der mesmo.

- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.

- Olha, tá ficando linda essa depilação.

- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.

Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.

- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?

- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.

- Vamos ficar de lado agora?

- Hein?

- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.

Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.

- Segura sua bun da aqui?

- Hein?

- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, pei dar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o c u de uma cliente.

Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil c us por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento:
peraí, mas tem cabelo lá?
Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bun da tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.

- Vira agora do outro lado.

Por ra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.

- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem?
Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.

- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa
me rda...
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao c u. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.

- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bi cha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.

Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.

Eu ra-chei o bico de rir, kkkkkkkkkkkkkkk