Encontro no meu maior desencontro Acalanto meu, Desejo meu, Desencanto meu, Meu maior medo. Julgando-o "perdido", descubro que onde tu te perdes, eu me encontro em ti. Onde eu me perco, tu me encontras. Desencontro esse, se encaixa perfeitamente. Quebra minha cabeça, nesse jogo do destino. Não consigo me desviar de reencontrar-te em todos os desencontros de todas as minhas esquinas. Porque eu gosto... Só por isso.
Sou designer de moda, mas ultimamente tenho trabalhado com flores... seguindo o ofício de minha avó que amo mais que tudo, e cresci vendo-a fazer flores, arranjos, e grinaldas de noiva... Estou numa situação que cheguei em São Paulo e simplesmente todo mundo quer as tais flores... Tive que desistir de desenhar roupas ou qualquer outra coisa por enquanto. O negócio é que estou trabalhando feito louca, todos os dias, dia e noite rodeada de cacarecos infinitamente pequeninos e espalhafatosos ao mesmo tempo, tudo coloridíssimo... Ontem, fui abrir uma das minhas caixas organizativas, e voilá! Montes de pétalas de flores de todas as cores e tamanhos que me deram total desespero, meeesmo. O que me fez lembrar da "Cinderella" do Terça insana organizando as folhinhas da floresta...rs.
A verdade é que estou num momento organizativo mesmo... Na vida. Tenho que separar as folhinhas... Espero que depois de organizadas, eu consiga transformá-las em flores lindas.
Moro no Bairro Pompéia em São Paulo. Vários prédios dão suas janelas de cara um com o outro. A grande crise ultimamente tem sido um cão. Hoje, pleno domingo a coisa estourou: o cão não parava de latir em altos decibéis, pois eh um grande cão.... desde as oito horas da matina.... kkkkkkkk Todos saíram em suas janelas para protestar, mas enfim, o cão num tem nada com isso afinal... Quem é o infeliz que deixa seu pobre bicho uivar e latir desesperadamente no décimo segundo andar de um prédio? Pobre cão. Vai sofrer as consequências de um abaixo assinado de todo o bairro. E o dono vai continuar sua vida, no mesmo bairro, da mesma forma. Porém sem incomodar mais ninguém. I hope so... Espero que o cão tenha um ótimo destino em algum lugar cheio de ar, espaço pra correr e perseguir coisas, enterrar seus ossinhos em paz. O que todo bicho merece. Inclusive o bicho homem...
Não é que hoje coloquei uma roupa que não usava há tempos, e o que encontro no bolso logo depois de escrever o poeminha da carta "O sol"? Uma pétala de girassol. Seca, murcha. E amarela, claro. Sinal? Sei lá. Mas era dos girassóis de Tulsa com certeza... O mais estranho: quando encontrei um dos primeiros poemas que postei aqui, sobre girassóis, havia uma parte que dizia justamente: Traz uma folha, uma pétala, mesmo no bolso... Já murcha, seca. Traz e deixa-a na minha mão, como um dia te deixei os olhos, a boca, a alma e mais qualquer coisa que não sei precisar, mas de que preciso agora, para seguir...
Só rindo mesmo da vida... Coincidências.
sábado, 21 de março de 2009
Traz-me um girassol... Mas com terra, com raízes. Traga-me, pra que eu tenha um sol brilhando em minha vida. E possa cuidar dele, com todo carinho que não consigo mais segurar em mim... Girar, girar, girassol. Roda da fortuna ingrata, que me faz querer girar sem ter um centro. Meu centro é o sol. Mas o sol é você. Traga logo essa droga de girassol! pra que eu me lembre, pra que eu te esqueça.
Ontem assisti de novo o um dos filmes que mais adoro e um dos diretores que mais amo: Lua de Fel de Roman Polanski. Adoro a biografia dele, e também seus filmes. Este fala do amor em todas as fases: interesse, romance, sexo, rotina, e total decadência... Ao final, o personagem de Peter Coyote olha pra sua amada e diz: "Nós só fomos gananciosos demais, anjo, that's all... ".
É difícil mesmo, pois quando estamos querendo alguém, ninguém nos segura, dá uma urgência de estar com o outro, um desespero, que parece que não dá pra viver sem... Queremos nos transformar no outro (o cúmulo do egoísmo com subserviência, não?). Sempre fui muito gananciosa com o amor.
Mas ultimamente conversando e observando tudo que há, os casais que seguem felizes "pra sempre" são aqueles que parecem conseguir dominar essa ganância toda de estar com o outro, e cultivam o amor em si mesmos. Reencontros, expectativas guardadas, sonhos nunca revelados... Conheço casais que por anos, ficaram longe um do outro, e quando se encontram, é como se o tempo não tivesse passado... Como no "Amor nos tempos do cólera". Como se um laço invisível os unisse, e soubessem que no fundo, no fundo... estão juntos. Um É do outro. O desespero desaparece, com essa certeza intangível. E sem o desespero, surgem os momentos mágicos... Esses são feitos de encontros e desencontros necessários para criar a atmosfera de "eterno"... Ao final, a eternidade do amor está no pensamento. Na cabeça. Nas lembranças cultivadas com o maior cuidado...
Em compensação... os que queimam a caixa de fósforos toda de uma vez, acabam com a pólvora muito rápido, mesmo que o fogo seja intenso... E as lembranças? As esgotamos enquanto acendemos os palitos. Junto com elas toda a magia de algo que poderia ser vivido....
Mas lá no fundinho é o coração quem decide e separa as coisas... Quando sentimos que a pessoa é A pessoa, não deixamos que isso aconteça... pois queremos manter as sensações sentidas e não botamos um ponto final. Pois nem sempre estamos inteiros pra nos entregarmos... E por que nosso coração fecharia as portas? O problema é a razão querer atrapalhar tudo, tentando ter domínio sobre o que idealizamos pra nós. Confundir o ideal, com o que é tão mais simples: o que se apresenta e nos encanta sem sabermos o porque.
Quero ficar inteira. Sair da alcova do coelho e voltar pra casa... Só assim eu poderei tomar chá com meu amor e meus amigos, e filhos e pessoas de verdade, ao invés de tomá-lo com o Chapeleiro maluco e seus amigos mais malucos ainda.
Quero outra viagem. E preciso me preparar pra ela...
Reações exageradas incorrem em más resoluções. Medite, reflita e avalie em que momentos você perdeu o senso de proporção e agiu de maneira demasiadamente dramática.
Meu... esse I ching é foda. tem momentos que jogo isso que eu acho que tem um extraterrestre vigiando minha vida sei lá. Coisa esquisita. rsrs. Eh, nesse começo de ano eu estava meio desproporcional mesmo. Drama, drama, drama. Estou meditando então, né? Fazer o que?
Sou a Alice que correu atrás do coelho errado... entrei na árvore e me esborrachei no chão. "Eat me" disse a bolachinha... e eu a comi. "Drink me" disse a garrafa. E eu a bebi. Os efeitos foram drásticos...
Ultimamente tenho seguido o gato que desaparece. Mas ele DESAPARECE!
Enfim... Deve ser a função do gato: desaparecer e me deixar mais pirada mesmo!
Não tenho mais esperanças de encontrar meu gato invisível...
Mas enquanto o lobo não vêm...
A chapeuzinho se diverte na floresta... kkkkkk